oito

Oito patas abertas
esparramadas na coxa direita

Pele eriçada quando me adentra
peso suave de penugem negra

Corpo gordo
Infinito e dourado

Acompanha o trauma
meu líquido
grito

Moça de oito olhos de vista
aquecendo o escuro limite

Calor formigando as partes
do corpo
do outro

desgastes

Tempo lento tecendo as costas
do coito
consigo

patas-penugens abertas
expostas

restauração tecida
esparrama a morada sustentada por nãos
treme os ângulos 
de todas as certezas 
me dá sustentação

do vão

olhos vitrando histórias antigas
pagãs

Corpo fechado
incerteza

incapaz de aderir ao que deserto
espreita

habita oculto nas dunas que carrego

medo movediço de ser
onde resisto

arder  

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