Madalena

cabia toda
aberta na palma

Madalena
vista pelas mãos

felina e sábia
liberta da sua ausência controladora

delicada
ofertando bálsamos
à vida que existia

molhando o cansaço
da fome

língua e temperos
aos meus dias

Madalena
doce verdade

beija minha pele
devora-me
arde

mostra ao corpo
o que sou
ressuscita a palavra
afirma vida

nessa língua aquecida
de sim e não

cura-me com ervas
dança os sabores

digo não
Madalena
ganho o sal

consinto pele
dou voz

caminho a serpente 
eu sou






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