oração ao vento

O gesto lhe fugira do tempo, antecipando-se ao beijo,
Causando-lhe grande estranhamento de afetos.
Congelada a espera
pausa de mulher infante
corpo veloz e transparente
pedalando o erótico da via deserta.

Escuro de ausências por onde salta o peito expandido sem saber-se lidar
a cor amarela escorrendo do timo.

Sim, era alegria
a mesma parte sua que costumava esconder,
mas naquele tempo, o imenso tomou-lhe os ombros deslizando as asas pela via
arfando sorriso tímido do fundo de si.

Grande farfalhar de asas miúdas desconfiadas pela descoberta amarela da alma.
A face ruborizando receio sorriso de não saber receber a vida, sensação ao corpo por onde escorria como nunca- Amarelo- Rosado- Manga
exposta a carne entre pernas fortes e confusas.

Era frágil a melodia do tempo da flor abrindo iminência do derramar-se corpo-pulsão-encontro
vazio eriçado de si calado,
contraste dado pelo som alto daquela que lhe beijava a mão de receber.

A alegria é alta
e o outro por vezes um deserto,
por onde se escondem abismos secretos.

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