pó de ouro


Pousa o corpo, gosto avermelhado de ouroboros, concha por mãos de Dionísio, Manet, Baco, Courbet, Isis, Renoir,Apolo, Hator em Ingres de chamas.
Reverência farta em taça cheia de brio, pulsando galáxias no tempo.
Corpo espichado gato em mulher, sagrada madona derramando serena a presença redonda. Coroa dourada daquele busto efêmero de concha revelando as coxas mar adentro.
Aquecendo percursos e partes do todo musa, que pulsa sua floresta inteira.
De rios e iaras em peixe
o toque da serpente.

Sereia ao encontro de mil borboletas pelo lençol amarelo tecido e tingido por movimentos felinos.
Nascer do sol em Santa Teresa,
cantando o êxtase do pássaro
repouso
livre de queda.

Voo e plumagem vermelha. Tórax expandindo ícaros todos dourados por pontas de dedos tocando o belo instrumento.
Saldando mães, avós e crianças, ao gesto de inspirar conhecimento, desprovido do receio, liberando dúvidas, eu conheço.

Da inconstância
o corpo é selvagem,
eterno manto de dálias encarnadas corpo
e serpente.

Da iniciação em seus domínios, deu-se a caminhar desfrutando o deslocar dos lírios aos vestígios da aprendizagem noturna,
mãe provedora do gozo
e tanta água de sabedoria.

Do brotar espaço onde habita a beleza do gesto em alquimia. 

Eterno encontro nu.

Da face macia pressionada pelo afeto do peso encarnando suavidade á pele,
seu fio carmim trança o desejo espontâneo das coxas.
Esparrama ao leito, flores adequadas à visão dos braços abertos em ressurreição de grande travessia aplaudida em silêncio.

Longe vai o navegante,
pela espuma branca abundante
salpicando a língua
de todas as faíscas hesitantes.

Ela aprendera a trilhar respiração, com as inconstâncias do peito lhe acenando ao longe. Elegante concerto de águas, alinhando a mais bela espiral do sacro-púbis-laringe-boca aberta ao lírio.

Clareira de pensamentos de delicadeza crítica, pétala à pétala, revelando a origem do mundo ao eixo de uma mulher enraizada de força e clareza das suas direções ao norte, sul, por todas as rosas dos ventos possíveis ao sopro da vida que lhe avivara a pele na eterna morada sagrada daqueles dias crus.







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