sobre o barro da água

Fazia pausas de ver o mundo por baixo das vestes do rio. 
De olho, adentrava por dentro, embaixo da superfície, sabia segurar o ar.
Como gostava de ver as folhas dançar em silêncio do mundo submerso de barro e vestígios das árvores, das chuvas. 
O pior dos carrascos virava borrão no amarronzado fundo dali, em ângulo de ver e ouvir os contornos narrados das águas de si.
Quando podia, afogava invasores com uma pedra no peito, por desamor. 


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